“Toy Story 3” nos deixou a impressão de um final perfeito para a trilogia da Pixar. Porém, havia algo que ainda precisava engatar: Bo Peep (Annie Potts), melhor amiga de Woody (Tom Hanks) até Buzz (Tim Allen) aterrizar na casa de Andy, estava ausente há 20 anos – a última vez que a boneca de porcelana apareceu foi em 1999 em “Toy Story 2”. Sua falta deu espaço para a criação de “Toy Story 4”, que a reintroduz como uma boneca independente e cheia de marra, deixando o Woody completamente enlaçado. Enquanto o caubói participava do crescimento de Andy, Bo resolveu sacudir a poeira da prateleira e se mandar para desbravar o mundo.

A nova sequência, dirigida por Josh Cooley (“Divertida Mente”) continua a realçar a melhor qualidade de Woody: a lealdade para com seu dono, bem como para o resto dos brinquedos. No entanto, Andy já está na faculdade e os brinquedos foram doados para pequena Bonnie, que anda chorosa por conta do seu primeiro dia de aula.

Sem escolha e para espantar a tristeza ela contrói Forky, um garfo feito de sobras da lixeira da escola. A partir daí, o brinquedo torna-se o seu melhor amigo. Contudo, o talher não fica nada satisfeito com seu novo posto de brinquedo. Ele quer voltar a ser lixo e, na sua confusão existencial, acaba fugindo e deixando a viagem em família para trás. Woody, na tentativa de deixar Bonnie feliz, sai em busca de Forky e a aventura leva-os a ficarem presos em um antiquário que, por sua vez, acaba por conduzir Woody ao encontro de sua paixão antiga.

De agora em diante, o filme ganha novos personagens incluindo Gabby Gabby (Christina Hendricks), a boneca bebê que passa a impressão de má ao comandar o antiquário com a ajuda de seus ventríloquos pavorosos. Ducky (Keegan-Michael Key) e Bunny (Jordan Peele) que são prêmios de jogos de parques de diversão, loucos para serem adotados por alguma criança e, por fim, Duke Caboom (Keanu Reeves), motoqueiro canadense que embarca no resgate com um certa angústia, mas também muita acrobacia. No Brasil, quem faz a dublagem do Patinho (Ducky) e Coelhinho (Bunny) são os humoristas Marco Luque e Antonio Tabet.

O filme me fez mergulhar em um passado não muito distante com meu filho e a ansiedade da separação do primeiro dia no colégio. Mesmo com inúmeras cenas de comédia, também transmitiu a importância do crescimento, mudança e independência para o presente e futuro. Me fez realizar que, muitas vezes, o que parece mau não necessariamente o é e que, por diversos momentos da vida real, estamos apenas lidando com nossos próprios traumas.

“Toy Story 4” carrega a audiência para várias direções. Você vai sorrir, pensar na sua vida e, quem sabe, até perceber que no final, mesmo quando tudo parece não dar certo, vai ficar tudo bem. Chorar também fará parte das sensações – derramei algumas lágrimas, confesso.

Uma verdadeira tacada de mestre ao colocar um ponto final na franquia, que já perdura por 25 anos. Nos cinemas brasileiros dia 20 de junho.

E para quem quer sentir um pouco desse mundo de brincadeira de perto, coloquem o parque Disney’s Hollywood Studios no roteiro, quando visitarem Orlando. A Toy Story Land, inaugurada há apenas 1 ano neste parque, nos transporta para o quintal de Andy e suas artimanhas e vai deixar você e sua família do tamanho de um brinquedo. Pode acreditar!