Quando o magnata do petróleo norte-americano Henry Morrison Flagler desenvolveu uma ferrovia ao longo da costa leste da Flórida no final do século XIX, ele deu início a um período de desenvolvimento que transformaria o estado. Antes dos trilhos chegarem até o sul da península, Miami, por exemplo, era apenas uma pequena cidade com um punhado de habitantes.
Porém Mr. Flagler não tinha planejado originalmente estender a ferrovia até o sul. Seu término era para ser Palm Beach, cidade há 1h e 10 minutos de Miami, onde a elite da América poderia passar os invernos em seus hotéis: primeiro, o Royal Poinciana e em 1896, o The Palm Beach Inn, que alguns anos mais tarde seria renomeado The Breakers (ondas que quebram), nome bem pertinente ao local, especialmente se hospedados em quartos com vista para o oceano Atlântico.
Como adendo considerável, o Royal Poinciana foi destruído pelo fogo em 1903 e outra vez em 1925, onde depois foi reconstruído pelos arquitetos Schultze e Weaver de Nova York e renomado The Breakers. A proposta deles para este foi inspirada na Villa Medici em Roma e 75 artesãos foram trazidos da Itália para pintar os tetos maravilhosamente ornamentados no lobby e de todo o primeiro andar.
Pois bem, Palm Beach é famosa por suas praias refinadas, restaurantes impecáveis, galerias de arte, boutiques de grife e pelo icônico The Breakers, parte da lista nacional dos lugares registrados como históricos (National Register of Historic Places). Sou suspeita para falar dele! Simplesmente, porque não há como resistir à felicidade de um resort à beira-mar cercado por espreguiçadeiras, cabanas de luxo e cinco piscinas convidativas, e com a bênção de conhecer de perto o que realmente significa The Breakers – minha varanda dava de frente para o Atlântico. No entanto, embora pudesse passar horas e horas do meu dia enfurnada naquele quarto com trilha sonora marítima, conheci muito mais que o resort tem a oferecer.
A convite deles levei minha família com o objetivo de deixar bem claro o quanto o The Breakers é o lugar da Flórida para passar suas férias inteirinhas – ok, aceito que separem uns dias em Orlando para os parques (risos).
Vocês não precisam arredar o pé para fazer nada! Basta dizer que o The Breakers investe na faixa de $30 milhões (dólares) por ano em contínuo aperfeiçoamento da propriedade, a fim de garantir a fascinação dos seus pregressos, presentes e futuros hóspedes.
O destino é versátil! O hotel possui campos de golfe, dez quadras de tênis, meia milha de praia privada, bungalôs , cinco piscinas – uma delas só para adultos – centro de entretenimento para família, fitness center com vista para o mar, bem como uma variedade de boutiques de artigos de luxo. A propriedade é reconhecida com o selo AAA Five Diamond e ganhou inúmeros prêmios por seu compromisso com o meio ambiente, serviços à comunidade e qualidade de vida que proporciona a seus funcionários.
Quanto ao quesito gastronomia, o resort oferece oito restaurantes distintos que, por felicidade, já conheci de outras viagens que fiz para lá. Desta vez, no entanto, dei atenção aos que são mais voltados para a família, com opções e horários que agradavam a nós três.
The Circle
Restaurante para café da manhã, aberto diariamente de 7a.m. às 11a.m – exceção aos domingos que vai até às 2p.m, devido ao seu brunch altamente requisitado.
Uma pedra preciosa em termos de ambiência: são 30 pés de tetos com afrescos descrevendo paisagens renascentistas, incluindo a Villa Medici, e os famosos Jardins Tivoli, ao sul de Roma. Ressalto o contraste com as palmeiras e a vista para o mar mirados através dos janelões.
O buffet é elaborado com seleções quentes e frias. As frutas são frescas e há também itens de confeitaria e omeletes feitos à ordem. Além do extenso buffet, há a possibilidade de pedidos à la carte.
Peçam o corned beef e provem o parfait, pelo amor de nosso Senhor!
The Beach Club
Aqui uma outra opção para café da manhã e almoço. Só que com o mar logo ali ao lado! O cenário do Beach Club não é rebuscado como o The Circle, o que acaba sendo a escolha dos que preferem ficar mais à vontade.
Peçam o açaí bowl: sorbet de açaí, bananas, frutas vermelhas, tangerina, coco tostado, mel de gengibre e granola feita lá mesmo.
The Italian Restaurant
Totalmente voltado para a família, o restaurante acomoda crianças muito bem. Não só pelo menu com macarrão, lasanha e pizzas, mas também, pelas diversas áreas voltadas para os pequenos. O parquinho, o kids club e aluguel de bicicleta ficam nas adjacências.
Peçam a shaved cauliflower. Esta salada ficou guardada na memória!
Seafood Bar
Sendo a minha primeira vez aqui, fiquei igual criança olhando o aquário – bar. Sim, nós podemos almoçar ou jantar com o prato em cima do aquário. E o tema oceano não poderia ser outro! A vista para o mar, o restante do restaurante lembrando um navio e, claro, os frutos do mar no cardápio, trazem todo o relaxamento que vocês, por um acaso, possam estar necessitando.
Peçam de sobremesa a ultimate baked brownie sundae – brownie, sorvete de baunilha e nozes com Crème Anglaise.
Ocean House
Deste sou cliente cativa! Todas as vezes que estive no The Breakers dei uma passadinha no Ocean House. Ele fica tão pertinho da piscina e tem tantas opções, além de parecer um chalé na praia, que não há como resisitir!
A única diferença, no entanto, é que desta vez pedimos nosso almoço do conforto do nosso bangalô. Entre uma soneca, um tchibum na piscina e um banho no chuveiro ao ar livre, nos deliciamos com frutas de presente, com sanduíches do Ocean House e com a atenção do nosso querido concierge. Era ele que ia e vinha, sempre com um sorriso no rosto, saber se precisávamos de algo em especial. É ele quem traz seu coquetel de abacaxi, uma cervejinha gelada ou um berço, no caso de sua família ter bebês que ainda tiram cochilos durante o dia.
Sempre fico mal acostumada quando visito o The Breakers. Impossível ficar sem bangalô das próximas vezes. Ter um cantinho só seu, com privacidade para usar o toilette ou trocar de roupa, terraço com espreguiçadeiras caso queira ler um livro, televisão para os que não estão a fim de piscina e proteção no caso de chuvas e, até mesmo sol mais quente, é impagável. Recomendo imensamente!
Como mencionei acima, há várias outras opções de restaurantes, tais como: Flagler Steakhouse, elegante e com vista para o campo de golfe; Echo, para um japonês saboroso e o HMF, ambiente descoladinho para drinques e petiscos.
Se quiser um lanchinho rápido antes de partir – ô saudade que estou – visite a News & Gourmet, que é meio cafeteria, meio galeria. Peça um café e sente-se no charmoso pátio ao lado, circundado de orquídeas! Lá há também inúmeros itens para lembranças e acessórios para decoração de diferentes lugares do mundo. Certamente você não sairá de lá sem algo!
Atravessando o pátio situa-se a sorveteria Mary Lily’s – nome da esposa de Henry Flagler – com gelatos (o mais pedido é o cherry almond chip), muitas balas, bombons e caixas de guloseimas esperando por vocês e a família todinha!
E já que estamos falando de comprinhas, façam uma visita a Lili Pulitzer, porque quero ver vocês endoidando com a imensa seleção de biquinis e tirando umas selfies nos provadores, que são lindos de morrer!!!
O resort também dispõe da boutique Guerlain, marca chiquérrima de produtos de beleza e maquiagem. Apenas uma das quatro localizadas nos Estados Unidos e a segunda da Flórida – a outra fica no meu querido Epcot, pavilhão da França. Por falar em Guerlain, destaco a seleção de tratamentos que o spa do resort oferece com a grife. Contudo, o meu rejuvenescimento a la Guerlain será cenas dos próximos capítulos.
Aposto que com toda esta minha narrativa, convenci vocês de passar uns diazinhos no The Breakers (risos)! Mal posso esperar para voltar por mais mil e uma noites seguidas, assim bem Sherazade (risos). E para quem for, já aviso: não há antídoto para o vício The Breakers. Felizmente!