Nada melhor do que o tempo, não é? Para curar, para aliviar e para dar tempo, como no meu caso. Agora está um pouquinho mais fácil escrever no blog. Biel já não está mais tão dependente, e consigo atualizar com um pouco mais de frequência. Só entende desse “deixar a gente de lado” quem é mãe. Antes de ser mãe, ouvia muito as pessoas dizerem que a gente só sabe o que nossos pais passaram quando a gente se torna um. E é verdade! Comecei dizendo nada como o tempo… digo também, nada como ter empatia, ou para ser mais clara, o famoso sentir na pele. Vocês vão já entender onde quero chegar!

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Meu último post teve uma repercussão muito bacana. Recebi muitos emails elogiando, com perguntas, com sugestões e comentários por aqui também. Quero agradecer a todos que tiraram um tempinho para ler e externalizar sua opnião. Por consequência desse interesse geral, resolvi me aprofundar mais no assunto Disney com crianças pequenas e achei importante e necessário falar sobre Disney para crianças com necessidades especiais. É aqui que entra o sentir na pele que mencionei logo acima. Todo mundo quer ser feliz, quer se divertir, ser tratado com decência e respeito e eu fui em busca de alternativas para muitos pais, que estão vindo com suas crianças especiais para a Disney “nas cegas”, bem como para aqueles, que tem vontade de vir, mas se perguntam como seriam capazes de conseguir. Não sou nenhuma expert no assunto, apesar de já ter atuado na área de saúde. O meu desejo é apenas ajudar com dicas e, longe de mim causar polêmicas. Acho que é por isso que meu tom, neste parágrafo, está tão sério. Mas, considero o assunto sério, delicado e, mesmo não calçando o mesmo sapato desses admiráveis pais, de alguma forma, me sinto responsável em dar esse amparo, já que isso é o mínimo que posso fazer. Se todos nós ajudarmos um pouquinho aqui, outro pouquinho acolá, a gente acaba transformando formiguinhas em, pelo menos, formigões.

Dedico este post a meu priminho Samuel e a sua devotada e maravilhosa mãe, Elayne. No entanto, quero que todos os outros pais que leiam este post sintam-se admirados por mim.

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Vamos lá, então… Quero logo dizer que tenho uma dica só o miiiiii (expressão da minha terra que significa maravilhosa) e que vai abrandar um pouco das preocupações de quem vem para a Disney com crianças especiais, em especial, os autistas. Por isso, não vou fazer que nem filme que coloca o melhor para o fim. Estou empolgada para dividir essa tal dica e ela vai ser logo a primeiríssima!

– Uma das perguntas que passa pela cabeça de pais nesta situação é como meu filho ou filha sera capaz de enfrentar horas de filas. Pois a Disney já tinha pensado nisso e lançou o Guest Assistant Card (GAC), Infelizmente, muita gente estava inventando condições para burlar a lei, furar fila e a coisa ficou tão desproporcional que a Disney vetou. Os espertinhos da hora se aproveitaram do GAC, porque há uma lei aqui que não se pode perguntar por provas. Tá vendo como ainda tem muita gente que não pensa no próximo? Vergonhoso isso… mas…. a Disney não deixou por menos. Depois de vários estudos sobre o que fazer, recentemente lançou o Disability Access Service (DAS). Esse “pass” serve para qualquer tipo de debilitação – liguei para a Disney e um cast member falou que se uma pessoa tem Lupus, por exemplo, e não pode ficar esperando em filas externas, pegando sol, o DAS também pode ser usado.

E como faz para obter um? Logo depois da entrada do Magic Kingdom, ali onde a gente gruda nosso ticket na coluna do Mickey, do lado esquerdo vocês vão ver o Guest Relations. Pronto! É lá. Uma luzinha aqui para prestar atenção: esse que falei acima é o do Magic Kingdom. Tem Guest Relations em todos os parques. Pois bem, vocês vão perguntar pelo DAS. O cast member vai tirar uma fotinha da sua criança ou adulto especial, que será impressa no cartão. Esse cartão vale para até 6 membros da família, assinado e datado pelos pais. No verso, espaço para colocar o tempo de espera da atração desejada, que você apresenta para o cast member de cada atração, onde eles irão acomodar todo o grupo da melhor forma possível (a criança da foto tem que estar sempre presente). Importante saber que, de acordo com o cast member que falei no telefone, o cartão expira com 14 dias depois da primeira entrada. O DAS pode ser usado no Princess Fairytale Hall, Enchanted Tales with Belle e nos encontrinhos com personagens. Pode ser usado em conjunto com o Fast Pass tornando a brincadeira mais rápida do que a Space Mountain, rs. Ah! E o mesmo DAS card pode ser usado em todos os parques. Não precisa ficar tirando um em cada parque, porque a foto da criança ou adulto fica no database da Disney.

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Não é o máximo, gente? Uma preocupação a menos na lista de vocês. Eba! Ponto para nós e para a Disney!

Vem… anda que tem mais…

– Eu sei que cada criança/adulto autista tem necessidades que variam de um para o outro e alguns são sensíveis a barulhos, ou cores fortes e outros, a situações completamente diferentes. Se não for algo que vá desencadear alguma reação negativa neles, sempre vistam-os com cores que se destaque da multidão.

– Se a sua criança não fala, há uma saída: uma tatuagem temporária com a informação da criança. Vejam aqui esse o website http://www.safetytat.com/ … Abro um parênteses aqui, para dizer que estou completamente apaixonada pela idéia e o website. Tem uma lojinha para vender as tatuagens para autistas, autistas não verbais, crianças com syndrome de down, com alergias, com alguma condição médica como diabetes e para crianças que não tem necessidades especiais ou não são portadoras de alergias ou condição médica específica também.

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– Se sua criança tem um cellular com ela, baixe um GPS app como Life 360 para que você saiba cada cantinho que ele está indo dentro do parque.

– Essa dica é meu pai purinho: todo mundo do grupo combina um lugar para voltar, caso haja dispersão. Todos do grupo tiram uma foto do local para não esquecer dele e pedir ajuda, caso necessário.

– Coloquem roupinhas sem tiras, cadarços que podem enganchar nos assentos dso brinquedos.

– Ofereçam água para hidratar, especialmente em dias muito quentes. A Disney tem vários quiosques espalhados pelos parques.

– Já que muitas atrações novas tem cheiro, ou vira de cabeça pra baixo, ou tem água respingando, ou luzes, é muito importante que elas sejam vistas pelas crianças em casa (YouTube), para que elas não se sintam sobrecarregadas e estresssadas na hora H. Não estou indicando nenhuma atração específica por não conhecer cada uma dessas crianças profundamente.

– Pratiquem com elas o uso de cinto de segurança, para que sempre façam uso do tal nos brinquedos e, por fim,

– Tirem uma foto do seu filho antes de sair do hotel. Em caso de, Deus livre, a criança se perder, de ele não ter GPS no telefone ou uma tattoo temporária, você não esquecerá a roupa que ela está vestindo na hora do nervosismo. E outra, é sempre uma foto recente para mostrar para os cast members.

Se vocês tiverem mais dicas, fiquem à vontade de escrevê-las nos comentários. Assim, a gente começa a nossa saga de sermos formigões. Do fundo do meu coração, espero ter ajudado.

Com respeito e admiração,

Mila.

P.S. Continue sendo essa “jedi”, prima. Que nós possamos passar a força – do bem – sempre adiante.