Certamente o porte, afinal o Shangri-La at the Shard está aninhado pelas paredes do edifício mais alto da Europa, o The Shard, de autoria do renomado arquiteto italiano Renzo Piano. A edificação é quase o dobro da altura de qualquer ponto da metrópole e sendo ele o preferível para contemplar o horizonte, há muito mais predicados para enaltecer tamanho privilégio.
Cada quarto vem com sua vista panorâmica a tiracolo, layout único devido ao design arquitetônico do edifício e banheiras apontando para vários dos mais importantes marcos de Londres – garanto mergulho digno de família real! O pós-banho também é nobre – pés quentinhos ao pisar em mármore aquecido.
As minúcias não passam despercebidas: um par de binóculos permitem maximizar a vista surpreendente e o cheiro peculiar dos hotéis Shangri-La insiste em nos escoltar – asseguro: vocês vão desejar a mesma fragrância em casa!
Para, literalmente, elevar nosso estado de deslumbramento, há uma piscina, a bem dizer, celestial. A Skypool, no 52 ° andar, é a mais alta piscina horizonte infinito da Europa.
Compareçam ao Ting restaurante e lounge, pelo menos uma vez. A ênfase é na cozinha europeia com toque asiático, acompanhada da vista The Shard de ser. Peçam o Eggs Benedict com salmão, contudo saibam que o menu possui itens low carb.
Em termos de localização, outra dádiva! Um pulo da London Bridge Station, ou seja, todas as atrações de Londres são facilmente acessíveis e o mercado da moda, Borough Market, está ao virar da esquina.
Estudei o mapa da cidade antes de viajar e já sabia o que queria conhecer dentro do período de tempo, não muito longo, que tinha. Preparei um roteiro prático, levando em conta o London Pass, e comecei pelo centro de Londres. No segundo dia, perambulei com gosto pela região London Borough of Southwark. Percorri todo o caminho entre o The Shard, a Torre de Londres, a ponte que leva até a Torre e circundando a área como um quadrado, fui até a Catedral de St. Paul e cruzei a Millennium Bridge, para terminar a caminhada cheia de charme – diga-se de passagem – no The Shard novamente. Nos dias seguintes acrescentei o distrito de Notting Hill e seu mercado, Portobello Market; passeios a pé pelo Soho, Mayfair, South Kensington e Knightsbridge – obviamente a Harrods está inserida aqui – e andanças, quase que diariamente, pelo Hyde Park, The Regent’s Park, Oxford e Piccadilly Circus, regadas a chás da tarde.
Centro de Londres
Westminster Abbey
A Abadia de Westminster e seu mix de estilos arquitetônicos é considerada o melhor exemplo do início gótico inglês (1190-1300). Não é apenas um belo local de culto, mas também de abundante história do país. Durante séculos, reis, rainhas, estadistas, sacerdotes, heróis e vilões foram enterrados aqui. É considerado um dos edifícios religiosos mais notáveis do Reino Unido e recebe mais de 1 milhão de visitantes, que desejam explorar história com mais de 700 anos de idade.
Foi também o local em que o Príncipe William e a Princesa Kate consumaram seus votos de casamento.
Parlamento e Big Ben
Oficialmente chamado de Palácio de Westminster, uma visita aqui é o caminho para o coração da democracia britânica. A parte mais antiga do Parlamento é o Salão de Westminster do século XI, uma das poucas seções que sobreviveu a um incêndio catastrófico em 1834. A característica mais famosa do palácio é a Elizabeth Tower, mas conhecida como Big Ben.
Na realidade, o famoso relógio é o sino de 13,5 toneladas pendurado dentro da torre de 96 metros de altura. Um grande projeto de remodelação de £ 29 milhões começou este ano e silenciou por 4 anos as tão famigeradas badaladas, que costumavam soar a cada hora.
Buckingham Palace
Construído em 1703 para o Duque de Buckingham, o Palácio de Buckingham substituiu o Palácio de São Tiago como residência oficial do monarca em 1837. A rainha Elizabeth II divide seu tempo entre o próprio, o Castelo de Windsor e, no verão, o castelo de Balmoral na Escócia. Cerca de 19 Salões de Estado, generosamente mobiliados, estão abertos aos visitantes, quando Sua Alteza Real tira férias do final de julho a setembro.
Trafalgar Square
A Trafalgar Square – nome dado em homenagem à Batalha de Trafalgar na qual a frota naval britânica comandada pelo Almirante Nelson, venceu as frotas da França e Espanha em uma das guerras da era napoleônica – é o verdadeiro centro de Londres.
O local é conhecido por ser palco de manifestações políticas, celebrações de Natal e Ano Novo.
A praça é dominada pela Coluna de Nelson, um dos símbolos de Londres que abriga a estátua em granito do Almirante Nelson. É também rodeada por muitos edifícios, incluindo o museu National Gallery e a igreja de St Martin-in-the-Fields.
National Gallery
Com cerca de 2300 obras-primas europeias em exibição, esse museu guarda uma das grandes coleções de arte do mundo, com trabalhos de todos os períodos importantes da história da arte – de meados do século XIII ao início do século XX, incluindo obras-primas de Leonardo da Vinci, Michelangelo Ticiano, Van Gogh e Renoir.
A ala mais visitada é a East Wing (1700-1900), a qual abriga obras de artistas britânicos do século XVIII, como Gainsborough, Constable e Turner, e obras-primas impressionistas e pós-impressionistas de Van Gogh, Renoir e Monet.
London Eye
Com 135 m de altura em uma cidade de topografia consideravelmente plana, a London Eye oferece vistas que alcançam distâncias de 25 milhas em todas as direções, se o tempo permitir. Cada rotação leva 30 minutos e nos horários de pico (julho, agosto e feriados escolares), a sensação é de que foi gasto mais tempo na fila do que na cápsula. Para evitar essa espera, reservem bilhetes premium.
London Borough of Southwark
Ao sair do Shangri-La London, dobre à direita em direção ao Potters Fields Park, um parque público localizado no lado sul do rio Tâmisa e dono de vistas icônicas da Torre de Londres, da Tower Bridge, do edifício comercial 30 St. Mary Axe e do navio de guerra (museu) HMS Belfast. Atravesse a Tower Bridge, visite a Tower of London, almoce em um dos igloos foférrimos do Coppa Club e siga em direção a St. Paul’s Cathedral, para logo depois trespassar a Millennium Bridge. Se durante essa trajetória a fome bater, escolha o restaurante Strada. A vista dele para a Tower Bridge é bem mais próxima. Porém, se conseguir segurar até mais tarde, deliciem-se com as guloseimas do Borough Market.
Tower Bridge
Torres neo-góticas e suportes de suspensão azul da cor do céu adicionam elegância a uma estrutura bastante funcional. Londres foi um porto próspero em 1894, quando foi construída como um ponto de cruzamento muito necessário e, então revolucionário, elevando-se e abrindo caminho para os navios que se aproximavam, em apenas três minutos.
London Tower
Na verdade, um castelo de 22 torres com história da antiga residência real, tesouraria, zoológico e prisão de reis e rainhas. Conheçam os Yeoman Warders (guardiões medievais da Torre) e deslumbre-se com as joias da Coroa.
St. Paul’s Cathedral
Por sobre o Ludgate Hill encontra-se um das mais magníficas edificações de Londres. Para os londrinos, a grande cúpula, que permanece de pé por mais de 300 anos, é um símbolo de resiliência e orgulho.
O interior revela histórias de trabalho e adoração. São cinco níveis e o último sendo a cúpula, que nos presenteia com vistas incomparáveis da cidade.
Borough Market (o mercado da moda)
Para os gourmets, Borough Market é uma obrigação absoluta. O mercado é lar de deliciosos produtos britânicos e se a escolha for por algo um pouco mais tradicional, experimente o clássico britânico Fish & Chips. Se tempo não for seu problema, visite um dos históricos pubs. Alguns deles existem há centenas de anos!
Notting Hill
Distrito afluente no oeste de Londres, ao norte de Kensington, Notting Hill ficou famoso após filme de Julia Roberts e Hugh Grant. O bairro é famoso por suas casas de arquitetura vitoriana e seu mercado Portobello Road Market.
Portobello Road Market
Como adoro ficar para lá e para cá observando o vai e vem das pessoas, o mercado de Portobello foi um dos locais mais adoráveis pelo qual passei.
Há uma mistura eclética de comida de rua, frutas, antiguidades, curiosidades, moda vibrante e bugigangas. As lojas ao longo de toda a rua ficam abertas diariamente. As bancas de frutas e verduras fecham aos domingos e o dia mais movimentado é o sábado, quando os negociantes de antiguidades instalam-se de Chepstow Villas a Elgin Cres.
Passeios, compras e chás da tarde
Hyde Park
Expropriado da Igreja em 1536 por Henry VIII, foi transformado em campo de caça e, mais tarde, um local para duelos, execuções e corridas de cavalos. A Grande Exposição de 1851 foi realizada aqui e durante a Segunda Guerra Mundial o parque tornou-se um enorme campo de batatas. Atualmente há passeios de barco no lago Serpentine, shows de verão (Bruce Springsteen, Florence + The Machine, Patti Smith) e noites de cinema ao ar livre.
Durante o inverno, a área sudeste do parque abriga o Winter Wonderland (www.hydeparkwinterwonderland.com), parque de diversões estilo vintage com roda gigante, carrossel, algodão doce e patinação no gelo.
O parque é o maior espaço aberto do centro de Londres e lugar agradabilíssimo para uma caminhada sem rumo. Há memoriais, jardins, fontes e estátuas a serem desvendados a todo instante. Um deles, que muito me encantou foi o Albert Memorial, uma suntuosa confecção vitoriana na margem sul dos Jardins de Kensington.
Príncipe Albert (1819-1961), marido da rainha Victoria, insistiu em não querer um monumento, mas o senhor prefeito, ignorando os desejos do bom príncipe, instruiu George Gilbert Scott a construir o memorial gótico de 53 m de altura. A estátua dourada de 4,25 metros de altura do príncipe está cercada por 187 figuras, que representam os continentes (Ásia, Europa, África e América ), as artes, a indústria e a ciência.
O monumento, uma mescla de mosaico, folha de ouro e mármore, é coberto com um crucifixo. A estátua foi pintada de preto por 80 anos, originalmente – alguns dizem – para disfarçá-lo de WWI Zeppelins, posto que o memorial foi selecionado por bombardeiros alemães durante a Segunda Guerra Mundial.
Para mais detalhes, apreciem o Frieze of Parnassus ao longo da base do memorial, esculpido in situ e descrito por Scott como “talvez uma das mais laboriosas obras de escultura já realizadas”.
Piccadilly Circus
Habitualmente comparado ao Time Square de Nova York, Piccadilly Circus – círculo – é o ponto de encontro de cinco estradas movimentadas e é o centro da agitação de Londres. Perto das principais áreas de compras e entretenimento do West End, a sua posição como importante junção de ruas, fez de Piccadilly Circus um lugar de encontro e atração turística.
Recomendo visita à noite, quando as luzes de neon dos outdoors refletem-se nos edifícios da Época eduardiana e na estátua do memorial de Shaftesbury, que erroneamente, acredita ser de Eros. Siga caminhando até a Oxford Street e entre na Selfridges, caso seja um amante das grifes de luxo.
Afternoon Teas
Anna, a duquesa de Bedford e “dama de companhia” da rainha Victoria, cansada de esperar pelo seu jantar pedia para seus servos que a servissem chá e fatias de pão com manteiga, bem no meio da tarde. A medida que o tempo passou, o “lanche” passou a ter bolinhos e sanduíches e as amigas começaram a participar das vontades da duquesa. Desde então, o chá da tarde tornou-se uma refeição básica da dieta inglesa.
Acabei por adotar o mesmo capricho da realeza e decorei meus passeios pela capital do chá da tarde com dois extremamente requisitados. Um deles, o Tale as Old as Time no The Kensington Hotel, tem lista de espera com mais de 3.000 pessoas.
Já o Prêt-à-Portea, no chiquérrimo The Berkeley, é o amor da vida dos fashionistas.
Entregue, então, a “Sua Alteza” interior a uma dessas experiências, sente-se confortavelmente em cadeiras macias ouvindo o som de pianos, harpas e o tilintar de colherezinhas nas xícaras de porcelana.
Tale as Old as Time
O gracioso The Kensington Hotel criou esse chá da tarde para celebrar o tão aguardado filme da Disney “A Bela e a Fera”.
A sala é bastante elegante com sofás de estampa delicada e lareira para aquecer o corpo, porque para os fãs, o coração já fica acalorado ao mirar os diversos personagens do filme, sejam eles o relógio Cogsworth a nos cumprimentar na entrada, a Sra. Potts a nos servir e a rosa vermelha para nos fazer sentir, literalmente, Belas.
Os vários doces e sanduíches apresentados nesse chá são inspirados nos personagens e cenas do filme. O destaque é o Vanilla & Gold Jelly apresentado em um copinho de vidro e uma pétala de rosa imersa no interior, fazendo alusão a rosa que a Fera tinha em seu castelo. Não podendo faltar o toque mágico, pois ao inverter o copo o conteúdo continua absolutamente intacto. O toque final fica por conta da Sra. Potts e seu creme encantado.
Chip carrega um mousse de chocolate branco para fazer menção a uma parte da música do filme “try the grey stuff, it’s delicious, don’t believe me? Ask the dishes. They can sing, they can dance, after all, Miss, this is France …”. Outros quitutes incluem o macaron de côco com recheio de chocolate, o qual refere-se à cena da Bela brincando de bola de neve com a Fera, e um biscoito em forma do vestidão amarelo da princesa querida.
Para preços, reservas e mais detalhes https://afternoontea.co.uk/uk/london/kensington-chelsea/the-kensington-hotel/offers/tale-as-old-as-time-afternoon-tea-at-the-kensington-hotel/
Prêt-à-Portea
O Prêt-à-Portea foi planejado para adicionar um toque criativo ao tradicional chá da tarde inglês com bolos e biscoitos inspirados nas últimas coleções das semanas de moda. O menu da alta costura nos âmbitos da culinária renova-se a cada seis meses, a fim de retratar as últimas tendências, cores e projetos da passarela.
O chá já apresentou ícones da moda como o trench coat cor creme da Burberry, os scarpins de Christian Louboutin e Manolo Blahnik, bem como bolsas de Jason Wu, casacos Prada e um vestido de Alexander McQueen.
Para o outono / inverno de 2017-18, o pastry chef Mourad Khiat preparou marzipans, cheesecakes, mousses e merengues inspirados nas últimas criações exibidas nas pistas de moda internacionais, tais como Miu Miu, Balenciaga, Dolce & Gabbana’s e a grife londrina Anya Hindmarch.
Me desmanchei de amor pelo cheesecake de tonka bean da Burberry e quase que não consegui provar da bolsinha de bolo de gengibre da Anya Hindmarch, de tão fofinha que era – mas devorei e ainda bem!
Há também uma coleção de canapés e sanduíches. Para beber, o chá de hibiscus, champagne e, por fim, um cappuccino assinatura.
O Caramel Room – salão onde acontece o Prêt-à-Portea – é o tipo de lugar onde queremos passar a tarde inteira virando a noite. Não é de surpreender o quão estimado ele é – reservas são altamente recomendadas!
E aqui deixo Londres pela luz dos meus olhos. Uma metrópole espaçosa e uma das cidades mais movimentadas e vibrantes do mundo. Foi paixão ao primeiro momento e após passar alguns dias explorando, caí de amores. Com uma nova aventura a cada canto descoberto, uma estadia em Londres será realmente cheia de atividades.
Para os que tem fome de cultura, Londres é o lugar para estar. Com marcos históricos que datam de centenas de anos, museus e galerias que abrangem todos os assuntos, sempre haverá um dia fascinante pela frente. Decerto, voltarei infinitas vezes!