Ahhh minha Nova York… lugar que nem eu sei explicar porquê amo tanto! Acho que vou culpar a sensação de vida inserida naquele ruge-ruge que lhe é tão peculiar. Seja o vai e vem da cor amarela nas ruas, ou das bicicletas no Central Park. Não importa! Preciso sentir o ar da cidade, nem que seja, por alguns dias.
E não, gente, a Big Apple não desceu para fazer parte do estado da Flórida. Fui eu mesma que subi ao encontro dela, para matar a saudade que insiste em ocupar meu coração. Estão vendo como NY me deixa completamente de quatro? Chego a ficar ainda mais a mercê dela, quando me oferece tulipas por todos os lugares. Galanteada dessa forma, acabei descobrindo que a primavera é outra época maravilhosa para visitá-la.
Convido vocês, então, a desfrutar Nova York através dos meus olhos por 48 horas. Saindo daqui da Flórida, a ida para lá é super fácil levando, apenas, 2h e meia. A Jetblue oferece vôos diários e aconselho chegar no LaGuardia, aeroporto bem mais próximo de Manhattan.
Desta vez, queria me sentir uma nova iorquina: ficar perto do Central Park, provar dos restaurantes que estão na boca do povo e, claro, andar de metrô. Na realidade, fiz bem mais do que isso e se, com tanta novidade, não conseguir colocar uma pitadinha dessa paixão na vida de vocês, não me chamo mais Mila (risos).
Fiquei hospedadíssima no Plaza Athénée, hotel boutique de luxo localizado em uma charmosa rua residencial 64th Street, entre a Park e Madison Avenue, no chic Upper East Side. O hotel tem sido casa da realeza, líderes mundiais, celebridades desde 1984. O lugar é tão bem localizado, que a gente fica assim na beira do Central Park e um pulo das boutiques de grifes famosas da Madison, além de galerias e museus.
A decoração é rica em estilo, com murais pintados à mão, mármore italiano e antiguidades francesas. Os 143 quartos e suítes têm Wi-Fi e serviço de quarto 24 horas. O restaurante oferece chá da tarde e, algumas vezes, o próprio é transformado em passarela – quando estava lá a grife Celine mostraria sua nova coleção. Nem pude conferir o desfile, porque já estava com tudo, meticulosamente, marcado. Apesar de que antes do meu jantar, fiz um breve passeio pelo Central Park para revisitar meus locais favoritos: o Castelo de Belvedere, os jardins de Shakespeare e a Bow Bridge.
Segui para o Teisui, restaurante da moda, recentemente comentado no New York Times. O local só tem 17 assentos, que se dispõem em uma bancada em forma de “U”, com vista para a cozinha aberta. O menu de 10 courses, $150 (cerca R$525 com gorjeta inclusa) é preparado por um time de chefs japoneses e é tão elegante quanto o ambiente propriamente dito. Pratos incluem o Uni Royale, um creme de ovos, purê de edamame, foie gras e ouriço do mar e uma sopa de miso que, teatralmente, é colocada para ferver com pedras do Monte Fuji aquecidas a 700 graus. No entanto, quem me ganhou foi o Tsukune, almôndegas com gema de ovo, que parece tão simples, eu sei, mas o sabor era dos deuses japoneses!
Ainda não tinha 24h na cidade, quando acordei e de praxe pedi ovos Benedict para o café na cama.
Aquele dia todinho seria especial, começando com uma massagem facial com uvas do Spa Caudalie, hotel Plaza. Jennifer, esteticista francesa, cuidou muito bem de mim e saí de lá com a pele tão viçosa, que pedi, pelo amor de Deus, que aquele efeito maravilhoso não fosse embora nunca. Teria ficado mais um tempinho no meio das uvas (risos), mas …
… peguei o metrô grudadinho no hotel sentido downtown até a Prince st para ter uma aula de culinária com o chef da Ladurée, uma confeitaria francesa especialista em macarons desde 1962, localizada no Soho. Tive o prazer de conhecer Jimmy Leclerc, um chef francês jovem, extremamente simpático e paciente com quem não tem assim… muitos dotes confeiteiros (risos). E olha que me saí até bem, viu?!
São 2h de experiência. Na primeira hora, aprendemos a fazer o famoso Ispahan, um sanduíche de macaron com sabor de rosas, recheado de creme de lichia e decorados com framboesas e pétala de rosa.
O chef Leclerc nos transforma em chefs de patisserie como ele, nos entregando um toque blanche (chapéu de chef), o avental e a receita. Ele mostra todo o passo a passo e fica ali do ladinho fiscalizando como estamos nos saindo. Só falta pegar na sua mão e digo, a gente pensa que essa “mãozinha” é necessária no começo, porque fazer todos aqueles espirais com a massa do macaron, para quem não tinha nenhuma experiência como eu, foi intimidador. Porém com a prática, já estava fazendo até em formato de coração!
Aprendi todos os segredinhos para confeccionar aquele macaron crocante e delicado tão típico da marca. Coloquei literalmente a mão na massa e provei do meu quitute com uma taça de champagne. “-Merci, chef Jimmy!”
Na segunda hora, um chá com macarons de souvenir. Uma experiência única e que estará aberta ao público muito em breve por $200 (cerca de R$700).
E meu tempo como uma parisiense em NYC chegara ao fim. Peguei o metrô de volta, porque já tinha outro jantar marcado. Desta vez nas alturas, mas precisamente no 35° andar de um dos meus hotéis favoritos, o Mandarin Oriental. Se vocês já se imaginaram flutuando por entre os arranha-céus de Nova York é nesse restaurante, o Asiate, que vocês devem ir. Não bastasse a vista de tirar o fôlego (minha mesa foi escolhida a dedo), o jantar de 6 courses, em par com vinhos específicos para cada prato, é de deixar qualquer um morrendo de amor.
Não há um só prato que não tenha passado pelo meu crivo e meus preferidos foram o Maine Lobster, lagosta servida com ameixa e o Hamashi Sashimi. A sobremesa, Rocky Road, um sorvete de chocolate com castanhas e marshmallow, foi servida de maneira elegante e estava igualmente saborosa.
O jantar com o wine pairing (vinho específico para cada course) é $250 (cerca de R$875).
Já quase terminando minhas 48h, incluí cultura e emoção no meu roteiro. Escolhi visitar o National September 11 Memorial Museum. Desde sua abertura em maio de 2014, milhões de pessoas de todo o mundo já o conheceram, a fim de tentar aproximar-se, de alguma forma, do inimaginável. Acredito que todos nós conseguimos lembrar onde estávamos no dia que tamanha tragédia aconteceu. Marcou a vida de muitas pessoas e famílias para sempre. Me emocionei em diversas áreas do local e fiquei bastante impressionada com a sensibilidade dos arquitetos do projeto.
As exposições do núcleo do museu estão localizadas em terra firme, sete andares abaixo do solo, permitindo que os visitantes possam estar no espaço que as Torres Gêmeas ocupavam. O museu não está simplesmente localizado na área onde os ataques aconteceram, como também ocupa um espaço onde remanescentes históricos permanecem. A lei de preservação federal determinou que aqueles restos fossem acessíveis ao público e o museu foi construído em um sítio arqueológico contemporâneo, cuja autenticidade do lugar foi totalmente integrada com a narrativa que se desenrola dentro dele.
Há dois espaços de exposição principais: o In Memoriam, localizado na Torre Sul, que homenageia 2.983 homens, mulheres e crianças mortas nos ataques de 9/11. Na Torre Norte, a exposição histórica contando o dia dos ataques, o que aconteceu precedendo o ataque e como 9/11 continua a moldar o nosso mundo.
Definitivamente um lugar que deve ser visitado!
Aproveitei a proximidade com a ponte do Brooklyn e fui dar um pulinho lá para conhecer. Era um sábado e famílias divertiam-se no Jane’s Carousel ou fazendo picnic logo ao lado.
A hora de dizer adeus a minha amada chegou. Mas antes, fiz uma paradinha na turística Times Square, para guardar na memória aquela vibração tão característica e, com isso, ver se aquietava meu facho. Mas não adiantou não… já quero voltar! Nova York faz mesmo o que bem quer de mim! Basta ela estalar os dedos, que eu volto!